Preta Gil, cantora, atriz, apresentadora e empresária, morreu neste domingo aos 50 anos, em decorrência de um câncer. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa dela. Em comunicado nas redes sociais, Gilberto Gil, pai de Preta, informou que ela morreu em Nova York, nos Estados Unidos, e a família agora trata dos trâmites burocráticos para a repatriação do corpo. A artista passou as últimas semanas no país, onde tentava um tratamento experimental contra a doença.
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Filha do cantor e compositor Gilberto Gil, ela se tratou por quase dois anos contra um câncer no intestino, que a levou a cirurgias e exames no Brasil e, por fim, um tratamento nos Estados Unidos. A maneira corajosa e transparente como Preta lidou com a doença emocionou o Brasil. “Sei que fiz a escolha certa em dividir com as pessoas as minhas vulnerabilidades e meus sofrimentos. Mas com a cabeça erguida, como sempre foi, desde o começo”, disse ela quando venceu o Prêmio faz Diferença, do GLOBO, em 2025.
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Preta Maria Gadelha Gil Moreira foi diagnosticada em janeiro de 2023 com adenocarcinoma, um câncer no intestino. Após cirurgia e tratamentos de quimioterapia e radioterapia, a cantora chegou a anunciar que a doença estava em remissão. Em agosto de 2024, contudo, ela foi a público dizer que o câncer havia voltado em diferentes partes do seu corpo: dois tumores nos linfonodos, um nódulo no ureter e metástase no peritônio.
Relembre a trajetória de Preta Gil
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Preta Gil quando ainda era criança — Foto: Reprodução / Instagram
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Gilberto e Preta Gil em 1976 — Foto: Chico Nelson
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Em foto publicada no livro “Preta Gil: Os primeiros 50”, ela aparece com a mãe, Sandra Gadelha, a irmã, Maria, e o irmão, Pedro, que morreu em 1990 — Foto: Arquivo pessoal
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Foto antiga de Preta Gil com sua irmã Bela Gil — Foto: Reprodução / Instagram
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Preta Gil com o filho Francisco ainda pequeno — Foto: Reprodução / Instagram
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Gilberto, Preta e Francisco Gil — Foto: Arquivo Pessoal
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Preta Gil como Rainha de Bateria da Mangueira em 2007 — Foto: Reprodução
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Casamento de Preta Gil com Rodrigo Godoy — Foto: Reprodução
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Durante a pandemia do Coronavírus, Preta Gil passou 14 dias de sufoco, isolada, lutando contra o covid. Após se curar do covid, a cantora postou essa foto ao lado do marido, Rodrigo Godoy, e do pet de estimação comemorando: “finalmente podemos ficar assim grudadinhos outra vez”. — Foto: Reprodução / Instagram — Foto: Reprodução / Instagram
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Preta Gil com a mãe Sandra Gadelha — Foto: Reprodução / Instagram
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Em meio ao tratamento contra o câncer do intestino, Preta Gil enfrentou o palco e cantou ao lado de Ivete Sangalo, na Micareta São Paulo, no Anhembi, ontem. Cheia de cuidados, a cantora chegou ao evento com máscara de proteção e evitou conversar com as pessoas. Dois dias antes, Preta anunciou a última sessão de radioterapia, procedimento a que se submeteu desde que descobriu a doença, em janeiro deste ano. — Foto: Reprodução
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A atriz Preta Gil está internada, em recuperação do tratamento de um câncer — Foto: Reprodução/Instagram
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Após receber alta do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, Preta Gil foi recebida em seu apartamento na capital paulista por familiares, como o pai Gilberto Gil, e amigos — Foto: Reprodução / Instagram
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Preta e Gilberto Gil — Foto: Instagram
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’Preta Gil: Os primeiros 50′ — Foto: Divulgação
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Preta Gil com a bolsa de ileostomia — Foto: Arquivo pessoal
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Preta Gil cercada pela família após cirurgia de 20 horas — Foto: Reprodução Instagram
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Preta Gil com o filho, Francisco, ainda no hospital — Foto: Reprodução/Instagram
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Depois de retomar o tratamento contra o câncer, Preta Gil segue com sua rotina de exercícios em casa com a ajuda de uma profissional. — Foto: Reprodução / Instagram
Conheça a carreira da cantora, atriz, apresentadora e empresária brasileira
Também em agosto de 2024, Preta Gil comemorou o aniversário de 50 anos com uma festa para 700 pessoas num dos armazéns da Zona Portuária do Rio, com shows da banda Psirico e da cantora Ludmilla. Na mesma época, ela lançou a autobiografia, “Preta Gil: os primeiros 50” (Globo Livros), no qual relata a luta contra o câncer e o término do casamento de oito anos com o produtor Rodrigo Godoy, em 2023, após descobrir que ele a tinha traído enquanto ela fazia o tratamento contra o câncer.
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Em dezembro, ela passou por uma cirurgia que durou mais de 18 horas para a retirada de tumores espalhados pelo corpo.
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Em maio de 2025, Preta Gil viajou aos Estados Unidos, onde fez uma consulta no Virginia Cancer Institute, em Washington, para saber se poderia integrar grupos de pacientes que recebem tratamentos inovadores. Em seguida, ela viajou a Nova York para exames no Sloan Kettering Cancer Center, instituição que é referência mundial em tratamento e pesquisa de câncer. Amigos e familiares se revezaram na cidade americana para acompanhar a cantora, que seguia postando parte de sua rotina nas suas redes sociais. “Mais uma dose”, escreveu em uma das fotos.
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Em participação no programa “Domingão com Huck”, da TV Globo, Preta havia contado sobre a ideia de dar continuidade ao tratamento fora do Brasil. “Sou grata por passar por tudo isso podendo me tratar com dignidade. Entro em uma fase difícil. No Brasil, já fizemos tudo que podíamos, agora a minha chance de cura está no exterior, e é para lá que eu vou”, disse, na ocasião.
Preta Gil lançou seu primeiro álbum, “Prêt-à-porter”, em 2003, quando seu pai era ministro da Cultura do primeiro governo Lula, com um repertório mesclando pop, MPB, samba e funk. Na capa e no encarte do CD, ela estava nua. Diante da polêmica causada pelas fotos, ela disse, em entrevista a Fernanda Young, que o barulho não teria acontecido se ela fosse magra. A partir desse momento, Preta passou a ser uma referência para a autoaceitação feminina, se posicionando contra pressão estética pela magreza ou por padrões físicos.
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O segundo disco, “Preta”, veio dois anos depois, seguido pela turnê e o DVD “Noite Preta”. Em 2010, ela apresentou o talk show “Vai e vem”, com conversas sobre sexo, no canal GNT. Seu terceiro álbum, “Sou como sou”, foi lançado em 2012. No ano seguinte, ela comemorou dez anos de carreira com a gravação do DVD “Bloco da Preta”, do qual participam Lulu Santos, Ivete Sangalo, Anitta, Israel Novaes e Thiaguinho. O terceiro álbum, “Todas as cores”, veio em 2017.
Em 2009, a cantora lançou o Bloco da Preta, que logo tornou-se um sucesso do carnaval do Rio de Janeiro e, dez anos depois, estreou em São Paulo. Bissexual, ela era vista como símbolo de empoderamento pela comunidade LGBTQIA+.
Em paralelo com a carreira musical, Preta participou de novelas como “Caminhos do coração” (2007) e “Os Mutantes” (2008), da Record. Também atuou na série “As cariocas” (2010) e na novela “Cheias de charme” (2012), da TV Globo; além de filmes como “Billi Pig” (2011), “Crô em família” (2018) e “Filho da mãe” (2022).
- Preta Gil teve apenas um filho, que a homenageou com música e se inspirou nela para mudança de vida
Além da música e das novela, Preta Gil também se dedicou aos negócios. Em 2017, ela fundou a Mynd, ao lado de Fátima Pissarra e Carlos Scappini. A empresa é especializada em música, marketing de influência e entretenimento.
Os 50 anos de Preta Gil
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Em foto publicada no livro “Preta Gil: Os primeiros 50”, ela aparece com a mãe, Sandra Gadelha, a irmã, Maria, e o irmão, Pedro, que morreu em 1990 — Foto: Arquivo pessoal
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Aqui, com o pai, Gilberto Gil, e o filho, Francisco — Foto: Arquivo pessoal
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Preta Gil e madrinha, Gal Costa, posam com Francisco e sua filha, Sol — Foto: Arquivo pessoal
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No Bloco da Preta, no Rio — Foto: Cléber Júnior/Agência O Globo
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Preta Gil com a bolsa de ileostomia — Foto: Arquivo pessoal
Artista comemora com autobiografia “Preta Gil: Os primeiros 50”
Em agosto de 2024, Preta lançou sua autobiografia, “Preta Gil: os primeiros 50”, pela Globo Livros. “Vivi muitos altos e baixos, não foi uma vida fake. Foi vivida com tudo de bom e de ruim”, disse ela ao GLOBO na ocasião do lançamento. O livro não segue uma ordem cronológica: começa com seus relatos com a descoberta do câncer. Também lembra da infância no Rio, num colégio de classe alta, as primeiras experiências amorosas — com mulheres e com homens —, o acidente de carro que matou o irmão Pedro, em 1990, o sucesso como jovem produtora e o dia em que se entregou de corpo e alma ao posar nua para a capa de seu primeiro álbum, “Prêt-à porter”, em 2003.
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— Com o disco, tive uma compreensão muito forte de que não era o mundo da “Preta no País da Tropicália”. Existiam pessoas que pensavam diferente de mim, que educavam seus filhos de forma diferente dos meus pais, com preconceitos, moralismos, racismo, gordofobia, machismo — disse ela na entrevista. — Tive que começar a lidar com a realidade, com pessoas que me julgavam, me odiavam. Isso foi um baque, mas enfrentei, enfrento até hoje, e tenho vencido, acho.
A madrinha Gal Costa sempre foi um colo seguro onde ela se agarrava quando pequena. “Minha madrinha sempre foi uma grande paixão. E, mais do que do meu pai, eu queria era estar atrás dela”, relembra Preta na autobiografia.
— Na infância e adolescência, fui muito próxima dela. Na vida adulta, a gente se encontrava muito esporadicamente. Mas, a partir de 2017, quando gravamos a música “Vá se benzer”, a gente virou amiga mesmo, de trocar ideia, de ligar para saber como estavam as coisas — afirmou.
Filha de Gilberto Gil e de Sandra Gadelha, Preta casou com o ator Otávio Muller, pai de seu único filho, Francisco Gadelha Gil Moreira Muller de Sá. O segundo casamento foi com o mergulhador Carlos Henrique de Lima. Entre 2015 e 2023, ela foi casada com o personal trainer Rodrigo Godoy, relação que terminou durante o tratamento contra o câncer.
Preta Gil afirmava-se bissexual, nunca escondeu que tinha tido relações com mulheres, e era uma defensora dos direitos das pessoas LGBTQIA+.